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Possíveis causas da Epidemia de Microcefalia

Apesar de ainda não se saber exatamente o que está levando ao aumento dos casos de microcefalia no nordeste brasileiro e também em outros países, acredita-se que esta doença esteja relacionada ao Zika vírus, embora também haja boatos de que possa estar relacionada à vacinação contra rubéola, ao mosquito geneticamente modificado criado para combater o Aedes e que o larvicida utilizado nos reservatórios de água para diminuir a reprodução do mosquito também tenham relação com esta mal formação fetal.

Zika vírus: Principal suspeita da causa da microcefalia

A principal suspeita é que a Zika esteja causando microcefalia porque já foram encontrados vírus no líquido amniótico que envolve o bebê durante a gravidez e também no líquido cefalorraquidiano, presente no sistema nervoso central, dos bebês que já nasceram e foram diagnosticados com microcefalia.

Bebê com microcefalia

No entanto, a relação entre a Zika e a microcefalia não é totalmente conhecida. A hipótese aceita é de que o vírus ao ser 'protegido' pelo sistema imune possa atravessar a barreira placentária, chegando ao bebê. Essa 'proteção' pode acontecer da seguinte forma:

Quando a mulher pega Dengue, suas células de defesa atacam e vencem o vírus da dengue, mas estas células quando se encontram com o vírus, que é muito parecido com o da dengue, somente englobam este vírus mas não conseguem eliminá-lo do corpo. Com esta proteção, o vírus pode alcançar todas as regiões do corpo, que normalmente não podem ser alcançadas, e dessa forma ele pode atravessar a placenta e chegar até o bebê, causando microcefalia.

Assista o vídeo e saiba o que é e como se manifesta a Microcefalia:

Imagem ilustrativa do vídeo: MICROCEFALIA

Como saber se a grávida está com Zika

O Zika vírus é semelhante a dengue e também é causado pelo mosquito Aedes Aegypt, no entanto, seus sintomas são mais brandos.

A única forma de saber se qualquer pessoa está com Zika é através dos sintomas apresentados como, vermelhidão nos olhos (conjuntivite), manchas vermelhas na pele que coçam e febre, entretanto a pessoa pode estar doente e não apresentar nenhum sintoma.

Não existem exames que possam identificar o vírus no sangue, porque ele permanece ativo por apenas 1 semana, e a única forma de detectá-lo é através de um exame chamado RT- PCR, somente em laboratórios de referência do Ministério da Saúde, quando solicitado em casos muito especiais.

As maiores chances do bebê ter microcefalia ocorrem nas gestantes que já tiveram dengue alguma vez e que tiveram Zika em qualquer fase da gestação. Além disso, se a mulher já teve Zika quando não estava grávida não existe a possibilidade do bebê ter microcefalia se ela engravidar após 1 mês depois dos sintomas estarem controlados.

Outras possíveis causas da microcefalia

A Zika pode ser uma causa da epidemia de microcefalia em bebês, especialmente no nordeste Brasileiro, apesar de ainda não haver confirmação científica. Porém, também pode haver outras causas da microcefalia e por isso os cientistas no Brasil e no resto do mundo estão se esforçando para descobrir, se:

  • Existe alguma ligação com a vacinação contra rubéola em mulheres em idade fértil?
  • A adição de de pesticida na água para travar a multiplicação do mosquito transmissor da Zika tenha afetado o desenvolvimento dos bebês?
  • A evolução do vírus Zika está relacionada ao mosquito geneticamente modificado que foi solto para tentar erradicar o mosquito Aedes Aegypti ?
  • O vírus da diarreia bovina pode ser uma das causas?

Entenda melhor cada uma destas suspeitas:

Possíveis causas da Epidemia de Microcefalia

1. Vacina contra Rubéola

Segundo boatos a vacinação contra rubéola pode estar relacionada ao surgimento de casos de microcefalia porque a vacina atenuada contra a rubéola contém o vírus desta doença inativo, sendo necessário que todas as mulheres que tomam esta vacina não estejam grávidas, e tenham o cuidado de ficar pelo menos, 1 mês sem engravidar após terem tomado esta vacina, porque já está confirmado que o vírus da rubéola também pode causar alterações cerebrais graves como a microcefalia.

Apesar desta vacina ser indicada para crianças, devido ao aumento dos casos de rubéola no nordeste o governo realizou campanhas de vacinação para mulheres em idade fértil no início de 2015, e aparentemente, os casos de microcefalia podem estar relacionados a esta campanha de vacinação. No entanto, ainda não existe qualquer comprovação deste fato.

2. Vírus da diarreia bovina

Em julho de 2016 uma pesquisa científica demonstrou traços do vírus da diarreia bovina, com a sigla BVDV - antes presente apenas no gado, no cérebro de 3 bebês diagnosticados com microcefalia no nordeste do Brasil.

Ainda não se sabe como as gestantes foram contaminadas com este vírus, nem como ele pode afetar o desenvolvimento cerebral das crianças e, por isso, estão sendo realizadas mais pesquisas sobre este assunto.

Os pesquisadores descobriram este vírus no cérebro dos bebês quando procuravam outros tipos de vírus no sistema nervoso de crianças diagnosticadas com microcefalia nos últimos meses. No entanto, ainda é muito cedo para confirmar a sua relação com a microcefalia, embora se saiba que o vírus BVDV possa causar morte e mal formação nos fetos de vacas contaminadas com a doença. Os filhotes que sobrevivem geralmente tornam-se hospedeiros do vírus por toda a vida e apesar de não manifestarem sintomas, podem contaminar todo o gado e, por isso, é importante o seu abate.

3. Mosquito geneticamente modificado

O mosquito geneticamente modificado, chamado Oxitec, foi produzido em laboratório para diminuir a quantidade de mosquitos Aedes Aegypti no Brasil. Este mosquito possui uma característica especial que faz com suas larvas não cheguem à fase adulta.

No entanto, quando este mosquito entra em contato com antibióticos, que atualmente estão presente no meio ambiente, podem sofrer modificações em sua estrutura genética, que dão origem à microcefalia.

4. Água contaminada com larvicida

O larvicida chamado Pyriproxyfen, esteve sendo utilizado para impedir o desenvolvimento das larvas do Aedes Aegypti em algumas regiões do Brasil e por isso acredita-se que o consumo da água contaminada com este larvicida também esteja relacionado ao aumento dos casos de microcefalia. Entenda como este pesticida pode levar à microcefalia aqui.

No entanto, ainda não existe nenhuma comprovação científica de que este larvicida possa causar microcefalia, embora já tenha tido seu uso suspenso pelo Ministério da Saúde.

O fabricante do produto afirma que seu uso é seguro e que é aprovado pela Anvisa desde 2004, sendo utilizado para controlar doenças em diversos países.

Porque ainda não se sabe a causa da microcefalia

Ainda não se pode afirmar que todos os casos de microcefalia sejam causados única e exclusivamente pela Zika porque nem todas as gestantes e bebês são submetidas ao exame que é capaz de identificar o vírus. Além disso, também não é possível saber se na verdade é a associação de vários fatores que estão ligadas ao aumento dos casos de microcefalia.

Como saber se o bebê tem microcefalia

O diagnóstico da microcefalia pode ser feito durante a gestação através do exame de ultrassom morfológico, mas também pode ser feito depois do nascimento do bebê, através da medição do tamanho da cabeça da criança. Outros exames como ressonância e tomografia podem ser realizados para indicar o grau de comprometimento cerebral e suas possíveis consequências.

A microcefalia é uma doença grave, onde há restrição do crescimento do cérebro do bebê e não tem cura, sendo necessário fazer reabilitação através de fisioterapia e fonoaudiologia na infância e adolescência. Veja como é a vida da criança com microcefalia.

Como a grávida pode evitar a microcefalia no bebê

Para evitar a microcefalia no bebê a gestante pode tomar medidas como:

  • Usar camisinha se seu parceiro sexual estiver com Zika, até o final da gravidez porque o vírus também passa pelo contato íntimo;
  • Não tomar bebidas alcoólicas e usar medicamentos durante a gravidez sem indicação do obstetra;
  • Evitar a toxoplasmose e doenças infecciosas como herpes e rubéola, tomando as vacinas e medidas necessárias;
  • Evitar a contaminação com mercúrio e outros metais pesados.

Além disso, também é recomendado que todas as grávidas usem um repelente com DEET diariamente para não ser picada pelo Aedes Aegypt, causador da dengue, Zika e Chikungunya. O repelente deve ser repassado a cada 6 horas em todo o corpo e na roupa, e não é preciso se preocupar porque ele pode ser usado durante a gravidez, porque é seguro e não prejudica o bebê. Outras medidas que podem evitar a picada dos mosquitos são usar roupas de manga comprida, calça comprida e meias.