O que é galactorréia e suas principais causas
A galactorreia é a secreção inapropriada de um líquido contendo leite pela mama, que surge em homens ou em mulheres que não estão grávidas ou amamentando. Geralmente, ela é um sintoma causado pelo aumento da prolactina, um hormônio produzido no cérebro cuja função é induzir a formação de leite pelas mamas, condição chamada hiperprolactinemia.
As principais causas para o aumento da prolactina são a gravidez e amamentação, sendo que existem diversas causas para o seu aumento inapropriado, incluindo tumor na hipófise cerebral, uso de medicamentos, como alguns neurolépticos e antidepressivos, estimulação das mamas ou algumas doenças endócrinas, como hipotireoidismo e síndrome dos ovários policísticos.
Assim, para tratar a hiperprolactinemia e a galactorréia, é necessário resolver a sua causa, seja ao retirar um medicamento ou tratar uma doença que esteja induzindo a produção de leite pelas mamas.
Principais causas
As principais causas para a produção de leite pelas mamas são a gravidez e a amamentação, entretanto, a galactorréia acontece, principalmente devido à situações como:
- Adenoma hipofisário: é um tumor benigno da hipófise, glândula cerebral responsável pela produção de diversos hormônios, inlusive a prolactina. O principal tipo é o prolactinoma, que costuma causar um aumento dos níveis de prolactina no sangue maior que 200mcg/L;
- Outras alterações da hipófise: câncer, cisto, inflamação irradiação ou pancadas cerebrais, por exemplo;
- Estimulação das mamas ou da parede torácica: o principal exemplo de estimulação é a sucção das mamas pelo bebê, o que ativa as glândulas mamárias e intensifica a produção de prolactina cerebral e, consequentemente, a produção de leite;
- Doenças que causam distúrbios hormonais: algumas principais são o hipotireoidismo, cirrose do fígado, insuficiência renal crônica, doença de Addison e síndrome dos ovários policísticos;
- Câncer de mama: pode causar galactorréia em um mamilo único, geralmente com sangue;
- Uso de medicamentos:
- Antipsicóticos, como Risperidona, Clorpromazina, Haloperidol ou Metoclopramida;
- Opiáceos, como Morfina, Tramadol ou Codeína;
- Redutores da acidez gástrica, como Ranitidina ou Cimetidina;
- Antidepressivos, como Amtriptilina, Amoxapina ou Fluoxetina;
- Alguns anti-hipertensivos, como Verapamil, Reserpina e Metildopa;
- Uso de hormônios, como estrogênios, anti-androgênicos ou TRH.
O sono e o estresse são outras condições que causam o aumento na produção de prolactina, entretanto, raramente causam alterações suficientes para provocar uma galactorréia.
Sintomas comuns
A galactorréia é o principal sintoma da hiperprolactinemia, ou excesso de prolactina no organismo, podendo ter cor transparente, leitosa ou sanguinoleta, e surgir em uma ou nas 2 mamas.
Entretanto, outros sinais e sintomas podem surgir, já que o aumento deste hormônio pode provocar alterações dos hormônios sexuais, como redução do estrogênio e testosterona, ou, também, se houver a presença de tumores na hipófise. Os principais sintomas são:
- Amenorréia, que é a interrupção da ovulação e menstruação na mulher;
- Impotência sexual e disfunção erétil, no homem;
- Infertilidade e diminuição do desejo sexual;
- Osteoporose;
- Dor de cabeça;
- Alterações visuais, como turvação e visão de pontos brilhantes.
As alterações hormonais também podem ser responsáveis por uma infertilidade por parte do homem ou da mulher.
Como diagnosticar
A galactorréia é observada ao exame clínico médico, que pode ser espontânea ou surgir após a expressão do mamilo. É confirmada a galactorréia sempre que a secreção de leite ocorre em homens, ou quando surge na mulher que não está grávida ou amamentando nos últimos 6 meses.
Para identificar a causa da galactorréia, o médico irá fazer uma avaliação do histórico de medicamentos e outros sintomas que a pessoa pode sentir. Além disso, alguns exames podem ser feitos para investigar a causa da galactorréia, como a dosagem da prolactina no sangue, dosagem dos valores de TSH e T4, para investigação da função da tireóide, e, se necessário, a ressonância magnética do encéfalo para investigar a presença de tumores ou outras alterações na hipófise.
Como é feito o tratamento
O tratamento para galactorreia é orientado pelo endocrinologista, e varia de acordo com as causas da doença. Quando ela é um efeito colateral de algum medicamento, deve-se conversar com o médico para avaliar a possibilidade de suspensão ou de substituição deste por outro.
Quando é causada por alguma doença, é importante que esta seja tratada adequadamente, de forma a estabilizar os descontroles hormonais, como, por exemplo, a reposição dos hormônios tireoideanos no hipotireoidismo, ou uso de corticoesteróides para granulomas hipofisários. Ou, quando a galactorréia é causada por um tumor, o médico poderá indicar o tratamento com a retirada cirúrgica ou procedimentos como radioterapia.
Além disso, existem medicamentos que podem reduzir a produção de prolactina e controlar a galactorréia, enquanto o tratamento definitivo é feito, como a Carbegolina e a Bromocriptina, que são medicamentos da classe dos antagonistas dopaminérgicos.