Saiba o que pode acontecer depois de ter um AVC
Depois de ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o paciente pode ficar com várias sequelas ligeiras ou graves, como ter dificuldade em andar tendo de usar cadeira de rodas ou ter dificuldade em falar, por exemplo, sendo que estas consequências podem ser temporárias ou permanecer para toda a vida.
Desta forma, para reduzir estas limitações pode ser necessário fazer fisioterapia, terapia da fala e estimulação cognitiva com ajuda de um fisioterapeuta, terapeuta da fala e enfermeiro para ganhar mais autonomia e recuperar, pois inicialmente o paciente pode ficar depende de um familiar para realizar as tarefas do dia-a-dia, como tomar banho ou comer.
As limitações causadas pelo AVC, também conhecido por derrame cerebral, dependem da região do cérebro que foi afetada e da sua extensão, como se pode observar na imagem. No entanto, em alguns pacientes a irrigação sanguínea cerebral é retomada tão rapidamente que não deixa alterações no funcionamento do organismo.
Principais consequências do AVC
Tanto o AVC isquêmico, que é quando o sangue e o oxigênio não conseguem passar porque a veia está entupida como o AVC hemorrágico, caso ocorra o rompimento de uma veia do cérebro causando sangramento interno, podem provocar sequelas no paciente.
Geralmente, os principais danos físicos é a perda de força, equilíbrio e tônus muscular de um dos lados do corpo que dificulta a movimento para andar, sentar ou deitar e, em alguns casos, o individuo fica acamado ou usa cadeira de rodas para se movimentar.
Além disso, o paciente pode ter alterações cognitivas, desenvolvendo confusão e dificuldade para compreender ordens simples, precisando de um familiar para ajudar a realizar as atividades cotidianas.
1. Dificuldade em movimentar um lado do corpo
A dificuldade em andar, deitar ou sentar ocorre devido à perda de força, de músculo e de equilíbrio de um dos lados do corpo, apresentando o braço e a perna de um dos lados do corpo paralisado e caído, conhecida por hemiplegia.
Geralmente, o braço e perna afetados ficam rígidos e é difícil movimentar, sendo que a sensibilidade do lado afetado pode diminuir, aumentando o risco de cair e machucar.
2. Alterações na face
A face pode ficar assimétrica, podendo apresentar a boca torta, testa sem rugas e olho caído de apenas um dos lados da face.
Alguns pacientes têm dificuldade em engolir alimentos sólidos ou líquidos, conhecido por disfagia, o que aumenta o risco de engasgamento e, por isso, é necessário adequar os alimentos à capacidade do individuo para comer, preparando pequenos alimentos moles ou usar espessantes para melhorar a consistência das refeições. Além disso, o individuo pode ver e ouvir mal do lado que tem alterações.
3. Dificuldade em falar
Muitos pacientes têm dificuldade em falar, tendo o tom de voz muito baixo, não conseguindo dizer algumas palavras de forma completa ou mesmo perdendo totalmente a capacidade para falar, o que dificulta a interação com família e amigos.
4. Incontinência urinária e fecal
A incontinência urinária e das fezes é frequente e, o paciente não consegue identificar a vontade de ir no banheiro, sendo necessário usar fralda para evitar sujar constantemente a roupa íntima.
5. Confusão e perda de memória
A confusão é frequente, como ter dificuldade em compreender ordens simples e em reconhecer objetos familiares, não sabendo para que servem, como usar a escova dos dentes para pentear o cabelo, por exemplo. Além disso, a perda de memória pode levar à repetição de comportamentos, além de dificuldade em se orientar no tempo e no espaço.
6. Depressão e sentimentos de revolta
Geralmente, o individuo que teve um AVC desenvolve uma depressão grave causada pela alteração hormonal e pela dificuldade em viver com as alterações repentinas causadas pela doença, levando a irritabilidade e isolamento do paciente.
Como é a recuperação depois de um AVC
Para reduzir as limitações que o AVC provoca e recuperar alguns danos causados pela doença é fundamental fazer tratamento, que inclui:
- Sessões de fisioterapia com um fisioterapeuta especializado para ajudar o paciente a recuperar o equilíbrio, a forma e o tônus muscular, podendo voltar a andar, sentar e deitar sozinho.
- Estimulação cognitiva com terapeutas ocupacionais e enfermeiros que realizam jogos e atividades para diminuir a confusão e os comportamentos desadequados;
- Terapia da fala com terapeutas da fala de forma a recuperar a capacidade para se expressar.
O tratamento deve ser iniciado logo que possível ainda no hospital e mantido em clinicas de reabilitação e em casa, devendo ser realizado diariamente para o paciente recuperar independência e ganhar qualidade de vida o mais rapidamente possível.
O tempo de internamento no hospital depende da gravidade do AVC, porém na maioria dos casos o internamento no hospital é de pelo menos uma semana e em clinicas de reabilitação de cerca de 1 mês. Além disso, em casa é necessário continuar fazendo o tratamento para diminuir as consequências a longo prazo.