O que é Trauma Raquimedular e quais os sinais e sintomas
O Trauma raquimedular é uma lesão que ocorre em qualquer região da medula espinhal, que pode provocar mudanças permanentes nas funções motoras e sensoriais na região do corpo abaixo da lesão. A lesão traumática pode ser completa, em que há perda total da função motora e sensorial abaixo do local onde ocorre a lesão, ou incompleta, em que essa perda é parcial.
O traumatismo pode ocorrer durante uma queda ou um acidente de trânsito, por exemplo, que são situações que devem ser assistidas imediatamente de forma a evitar o agravamento da lesão. Infelizmente ainda não existe um tratamento que reverta os danos provocados por um trauma raquimedular, no entanto, existem medidas que ajudam a evitar que a lesão piore e ajudam a pessoa a adaptar-se a um novo estilo de vida.
Quais os sinais e sintomas
Os sinais e sintomas de um traumatismo raquimedular dependem da severidade da lesão e da região onde ocorre. A pessoa pode ficar paraplégica, quando é afetada apenas a parte do tronco, pernas e região pélvica, ou tetraplégica, quando é afetado todo o corpo abaixo do pescoço.
Lesões na medula espinhal podem resultar nos seguintes sinais e sintomas:
- Perda dos movimentos;
- Perda ou alteração da sensibilidade ao calor, frio, dor ou toque;
- Espasmos musculares e reflexos exagerados;
- Alterações na função sexual, na sensibilidade sexual ou na fertilidade;
- Dor ou sensação de picadas;
- Dificuldade para respirar ou eliminar secreções dos pulmões;
- Perda do controle da bexiga ou do intestino.
Embora o controle da bexiga e do intestino seja perdido, estas estruturas continuam a funcionar normalmente. A bexiga continua a armazenar a urina e o intestino continua a exercer as suas funções na digestão, no entanto, existe a dificuldade na comunicação entre o cérebro e estas estruturas para eliminar a urina e as fezes, aumentando o risco de desenvolver infecções ou formar pedras nos rins.
Além destes sintomas, no momento da lesão também pode ocorrer dor nas costas muito intensa ou pressão no pescoço e na cabeça, fraqueza, descoordenação ou paralisia em qualquer região do corpo, dormência, formigamento e perda da sensibilidade nas mãos, dedos e pés, dificuldade para caminhar e manter o equilíbrio, dificuldade para respirar ou mesmo posicionamento torcido do pescoço ou das costas.
O que fazer quando se suspeita de lesão
Após um acidente, uma queda ou algo que possa ter provocado um trauma raquimedular deve-se evitar mover a pessoa lesionada e ligar de imediato para a emergência médica.
Além disso, deve-se manter a pessoa imobilizada e se possível, colocar toalhas pesadas dos dois lados do pescoço, de forma a segurar a cabeça e evitar que se mova até os médicos chegarem e colocarem um colete cervival, e se for o caso, estancar qualquer hemorragia que ocorra.
Principais causas
O trauma raquimedular pode resultar de danos nas vértebras, ligamentos ou discos da coluna vertebral ou danos diretamente na própria medula, devido a acidentes de trânsito, quedas, luta, desportos violentos, mergulho num local com pouca água ou numa posição incorreta, ferimento de uma bala ou uma faca ou mesmo por doenças como artrite, câncer, infecção ou degeneração dos discos da coluna vertebral.
A lesão pode piorar dias ou semanas depois do acidente traumático, devido a sangramento, inchaço ou fluido acumulado em torno da medula espinhal.
Como é feito o diagnóstico
O médico pode utilizar vários meios de diagnóstico para perceber se ocorreu lesão na medula espinhal e qual a severidade dessa lesão. Para isso, pode usar raios-X que revelam problemas vertebrais, tumores, fraturas ou outras alterações na coluna.
Além disso, também pode utilizar uma tomografia computadorizada para ver melhor as anormalidades detetadas no raio-X, ou uma ressonância magnética, que ajuda a identificar hérnias discais, coágulos de sangue ou outros fatores que possam fazer pressão sobre a medula.
Em que consiste o tratamento
Ainda não é possível reverter os danos de uma lesão da medula espinhal, no entanto, continuam a decorrer investigações de possíveis novos tratamentos. Entretanto, o que se pode fazer nestes casos é evitar que a lesão piore e se necessário recorrer a cirurgia para remover fragmentos de osso ou objetos estranhos.
Além disso, a pessoa também pode tomar remédios que aliviem a dor, aumentem o tônus muscular e melhorem o controle da bexiga, do intestino e da função sexual, e deve ser orientada de forma a adaptar-se a um novo estilo de vida, com cuidados de enfermagem e fisioterapia.
Para isso, é muito importante reunir uma equipa de reabilitação para ajudar a pessoa a adaptar-se à sua nova vida, tanto a nível físico, como psicológico. Essa equipa deve ter um fisioterapeuta, um terapeuta ocupacional, um enfermeiro de reabilitação, um psicólogo, um assistente social, um nutricionista e um especialista em lesões da medula espinhal.
A assistência médica no momento em que ocorre o acidente também é muito importante, pois pode evitar o agravamento das lesões.