Como é a recuperação da Fratura do Calcanhar
A fratura do calcanhar é grave, geralmente deixa sequelas e tem uma recuperação demorada e a pessoa pode ter que ficar de 8 à 12 semanas sem poder apoiar o pé no chão. Durante esse período o médico pode indicar o uso de um gesso inicialmente, e após cerca de 15 ou 20 dias trocá-lo por um splint que pode ser removido para fazer fisioterapia.
Nos primeiros 5 dias a pessoa deve ficar o máximo de tempo que conseguir deitada com o pé elevado para que não fique inchado, o que tende a piorar a dor. Também não deve usar muletas para evitar pousar o pé no chão e por isso dobrar a perna e se movimentar através de pulinhos ou com a ajuda de outra pessoa ao lado pode ser útil para ir até ao banheiro, por exemplo.
Como saber se houve fratura do calcâneo
Os sintomas que podem indicar que houve fratura do calcanhar incleum a dor, o inchaço no pé após uma queda de pé. O diagnóstico é feito com base no RaioX em dois ângulos diferentes e tomografia computadorizada para avaliar o ângulo da fratura, se as pequenas articulações do pé foram afetadas e se outras estruturas do pé como ligamentos e tendões também foram afetados.
Como é feito o tratamento para fratura do calcâneo
O tratamento é feito colocando uma bota de gesso para imobilizar o pé durante algumas semanas mas também pode ser preciso fazer cirurgia para conseguir consolidar a fratura, permitindo a mobilidade do pé.
Para facilitar a movimentação da pessoa além da bota com gesso o médico pode recomendar que use muletas, mas sem nunca colocar o pé no chão, e por isso o ideal é se movimentar o mínimo possível, ficando mais sentado ou deitado, o que também pode ser cansativo.
Usar almofadas de diversas alturas pode ser útil para manter o pé elevado, para desinchar, apoiar a perna e evitar a dor nos glúteos ou nas costas.
Quando é preciso fazer cirurgia
A cirurgia após a fratura do calcâneo deve ser realizada pelo ortopedista e geralmente é indicada quando além da fratura do calcâneo, há:
- Desvio do osso do calcanhar maior de 2 milímetros;
- Muitos fragmentos ósseos que ocorre quando o osso do calcanhar se divide em muitos pedaços;
- Compressão dos tendões laterais devido ao alargamento do osso, causando tendinite;
- Necessidade de colocar enxerto ósseo ou fios de aço, placa ou parafusos cirúrgicos para que o osso cole novamente;
- Necessidade de fazer uma artrodese, que é a fusão entre o calcâneo e o tálus, o que diminui o risco de artrose no futuro.
A cirurgia não precisa ser realizada logo que a fratura seja identificada mas é mais seguro optar que ela seja feita entre 7 e 14 dias após o acontecimento para que a região esteja menos inchada. No entanto, pode ser útil buscar a opinião de mais de um ortopedista para avaliar o risco e a necessidade de fazer a cirurgia.
A cirurgia é demorada e mesmo durante o procedimento podem ser realizados raio X no ângulo superior e lateral para verificar o posicionamento do osso e das placas. Após a cirurgia o médico pode recomendar a toma de anti-inflamatórios para aliviar a dor e a inflamação ajudando na recuperação.
Se forerm colocados fios, placas ou outros dispositivos de fixação externa estes podem ser retirados após cerca de 15 dias, à sangue frio, sem anestesia. Sua remoção é dolorida e pode causar sangramento mas geralmente basta o que o local seja limpo com álcool à 70º graus diariamente e o curativo pode ser trocado sempre que estiver sujo ou molhado. Em 8 dias os pequenos furinhos deverão estar completamente cicatrizados.
Possíveis complicações e sequelas
Após uma fratura do calcanhar podem surgir complicações como a osteomilelite que é quando o osso infecciona devido a entrada de vírus, fungos ou bactérias causando intensa dor local. Saiba mais aqui. As sequelas mais comuns incluem:
- Artrose devido ao atrito constante entre as pequenas articulações entre os ossos do pé;
- Dor no calcanhar e na articulação do tornozelo;
- Rigidez e dificuldade em movimentar o tornozelo em todas as direções;
- Alargamento do calcanhar, que pode dificultar o uso de sapatos fechados;
- Dor na planta do pé, com ou sem sensação de ardência ou formigamento.
Nem sempre é possível identificar quando estas complicações podem acontecer mas é possível evita-las seguindo todas as orientações do médico e do fisioterapeuta.
Quando começar a fisioterapia
A fisioterapia deve ser individualizada e o fisioterapeuta deverá avaliar cada caso porque o tratamento pode não igual para todos. As sessões podem ser iniciada o quanto antes, mesmo antes da solificação da fratura e pode ser vários objetivos. Nos primeiros dias após a fratura pode ser útil fazer fisioterapia com:
- Magnetron que é excelente para consolidação de fraturas e
- Crioterapia com Nitrogênio como o Crioflow para eliminar o hematoma e desinchar o pé.
Além disso podem ser utilizadas técnicas para alongar os músculos das pernas, movimentar os dedos e o tornozelo, sempre respeitando o limite da dor e a amplitude de movimentos. Existem diversos exercícios que podem ser recomendados dependendo da consolidação da fratura. Podem ser usadas faixas elásticas com diversas intensidades para posicionar a ponta do pé para cima, para baixo e movimentar o pé para os lados.
Quando voltar ao trabalho
Normalmente a pessoa pode voltar ao trabalho após 6 meses da fratura do calcanhar e durante este período poderá ficar de licença do trabalho para que possa realizar o tratamento necessário. Em alguns casos pode ser possível fazer um acordo com o patrão para que o trabalho possa ser realizado à partir de casa durante um período, até que se possa voltar à empresa, sem restrições.