O que é e como tratar a Doença de Kienbock
A doença de Kienbock é uma condição onde um dos pequenos ossos que fazem parte do punho, conhecido como osso semilunar, não recebe a quantidade de sangue necessária e, por isso, começa a deteriorar, causando dor constante no pulso e dificuldade para movimentar ou fechar a mão, por exemplo.
Esta alteração pode surgir em qualquer idade, no entanto, é mais comum entre os 20 e os 40 anos e raramente afeta os dois punhos ao mesmo tempo.
Embora não exista uma cura definitiva para a doença de Kienbock, algumas formas de tratamento como cirurgia ou uso de remédios podem ser utilizadas para aliviar a pressão sobre o osso e aliviar os sintomas.
Como aliviar os sintomas
O tratamento para a doença de Kienbock é feito apenas para aliviar a dor e a dificuldade de movimentos do pulso, uma vez que o aumento de circulação para o osso é muito difícil de ser atingido. Para isso, existem várias formas de tratamento que devem ser avaliadas por um ortopedista de acordo com o grau de desenvolvimento da doença e da intensidade dos sintomas
Algumas das formas de tratamento mais utilizadas incluem:
1. Imobilização do punho
Muitos casos da doença de Kienbock podem melhorar apenas com a imobilização do pulso, pois dessa forma o osso é menos sobrecarregado, permitindo que a inflamação e a pressão no local diminuam.
Para imobilizar o punho, o médico normalmente aplica gesso, na mão, que deve ser mantido por, pelo menos, 2 ou 3 semanas.
2. Remédios anti-inflamatórios
O uso de anti-inflamatórios, como Aspirina ou Ibuprofeno, é uma das primeiras formas de tratamento deste problema e, normalmente, funciona por aliviar o inchaço dos tecidos em volta do osso semilunar, reduzindo a pressão e aliviando a dor.
3. Fisioterapia e exercícios de alongamento
A realização de alguns exercícios de alongamento para o punho podem ajudar a aliviar a pressão dos músculos sobre os ossos, aliviando a dor e permitindo ter maior liberdade de movimentos.
Geralmente, estes exercícios podem ser feitos durante sessões de fisioterapia, mas também podem ser treinados em casa após orientação de um fisioterapeuta. Veja alguns alongamentos para o punho que podem ajudar a aliviar a dor.
4. Cirurgia
O tratamento cirúrgico geralmente é reservado para os casos mais avançados da doença de Kienbock, quando os sintomas não melhoram com as formas de tratamento indicadas anteriormente.
O tipo da cirurgia varia de acordo com a pessoa e o problema específico, incluindo:
- Reposicionamento dos ossos da articulação do punho: quando um dos ossos do braço é ligeiramente mais curto, o médico pode inserir um pequeno enxerto de osso ou remover um pedaço do osso mais comprido, de forma a equilibrar a articulação e reduzir a pressão sobre o osso semilunar, aliviando os sintomas;
- Remoção do osso semilunar: quando o osso semilunar está muito deteriorado, o ortopedista pode optar por remover completamente o osso. Porém, nesses casos também é preciso retirar os dois ossos que estão de lado, o que elimina a dor, mas pode reduzir a amplitude de movimentos do pulso;
- Fusão dos ossos do punho: em alguns casos, uma opção de tratamento consiste em grudar os ossos do pulso, de forma a formar um único osso que recebe a circulação de sangue dos outros ossos que estavam separados, aliviando todos os sintomas.
Além disso, a cirurgia também pode ser usada numa das fases iniciais da doença para tentar direcionar a circulação sanguínea para o osso semilunar. Nesta técnica o médico remove um pedaço de outro osso que está recebendo sangue e gruda-o ao osso semilunar, permitindo que também seja irrigado por sangue. No entanto, esta técnica não é possível em todos os casos e pode não apresentam resultados satisfatórios no pós-operatório.
Como confirmar o diagnóstico
A dor provocada pela doença de Kienbock muitas vezes é confundida com a síndrome do túnel do carpo e, por isso, é aconselhado consultar um ortopedista para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.
Para fazer o diagnóstico, o médico pode pedir alguns exames de diagnóstico como raio X do punho e ressonância magnética. Estes exames também facilitam a avaliação do grau de evolução do problema:
- Estágio 1: nesta fase o raio X geralmente é normal, mas a ressonância magnética indica falta de circulação para o osso;
- Estágio 2: o osso semilunar começa a ficar mais duro devido à falta de circulação e, por isso, aparece com uma coloração mais branca que os restantes ossos do punho, no raio X;
- Estágio 3: nesta fase o osso começa a quebrar e, por isso, os exames podem mostrar o vários pedaços no local do osso e alteração da posição dos ossos que estão em volta;
- Estágio 4: é a fase mais avançada onde os pedaços do ossos semilunar causam deterioração dos ossos em volta, causando o surgimento de artrite no pulso.
Com o avanço da doença, a dor no pulso vai se tornando mais intensa, além de os movimentos se tornarem mais difíceis. Dessa forma, saber qual o estágio permite que o médico escolha a opção de tratamento mais adequada.