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O que são Cuidados Paliativos e quem deve receber

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos são um conjunto de cuidados, feitos para a pessoa que sofre de uma doença grave ou incurável, e também sua família, com o objetivo de aliviar o seu sofrimento, melhorando o bem-estar e a qualidade de vida.

Os tipos de cuidados que podem ser envolvidos são:

  • Identificar e tratar de sintomas físicos que podem ser incômodos como dor, falta de ar, vômitos, fraqueza ou insônia, por exemplo;
  • Identificar e cuidar de sentimentos ou sintomas psicológicos negativos, como angústia ou tristeza;
  • Observar e apoiar na gestão de conflitos ou dificuldades sociais, que podem prejudicar o cuidado, como falta de alguém para prestar os cuidados;
  • Reconhecer e apoiar em relação a questões espirituais, como oferecer auxílio religioso ou orientações em relação ao sentido da vida e da morte.

Todos estes cuidados não podem ser oferecidos somente pelo médico, sendo necessário que exista uma equipe composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e diversos outros profissionais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e um capelão ou outro representante espiritual.

No Brasil, os cuidados paliativos já são oferecidos por muitos hospitais, principalmente nos que têm serviços de oncologia, entretanto, ainda há uma grande falta de profissionais e equipes voltadas para a sua realização, já que, idealmente, deveriam haver equipes disponíveis para cuidados tanto em hospitais gerais, consultas ambulatoriais e, até, no domicílio.

O que são Cuidados Paliativos e quem deve receber

Quem precisa de cuidados paliativos

Os cuidados paliativos são voltados para todas as pessoas que sofrem de uma doença que ameaça a vida e que piora ao longo do tempo, sendo, também, conhecida como doença terminal. Assim, não é verdade que estes cuidados são feitos quando já não há mais "nada para fazer", pois ainda podem ser oferecidos cuidados essenciais para o bem-estar e qualidade de vida da pessoa, independente do seu tempo de vida.

Alguns exemplos de situações em que se aplicam os cuidados paliativos, seja para adultos, idosos ou crianças, incluem:

  • Câncer;
  • Doenças degenerativas neurológicas como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltilpa ou esclerose lateral amiotrófica;
  • Outras doenças degenerativas crônicas, como artrite grave;
  • Doenças que levam à falência de órgãos, como doença renal crônica, cardiopatas terminais, pneumopatas, hepatopatas, dentre outras;
  • AIDS avançada;
  • Quaisquer outras situações ameaçadoras à vida, como traumatismo craniano grave, coma irreversível, doenças genéticas ou doenças congênitas incuráveis.

Os cuidados paliativos também servem para cuidar e apoiar os familiares das pessoas que sofrem destas doenças, ao oferecer apoio em relação a como devem ser os cuidados, a resolução de dificuldades sociais e para uma melhor elaboração do luto, pois situações como dedicar-se ao cuidado de alguém ou lidar a possibilidade de perder uma pessoa querida são difíceis e podem causar muito sofrimento nos familiares.

Qual a diferença entre cuidados paliativos e eutanásia?

Enquanto a eutanásia propõe antecipar a morte, os cuidados paliativos não apoiam esta prática, que é ilegal no Brasil. Entretanto, também não desejam adiar a morte, e sim, propõem permitir que a doença incurável siga o seu percurso natural, e para isso, ofere todo o apoio para que qualquer sofrimento seja evitado e tratado, gerando um fim de vida com dignidade. Entenda quais são as diferenças entre eutanásia, ortotanásia e distanásia.

Assim, apesar de não aprovar a eutanásia, os cuidados paliativos não apoiam a prática de tratamentos considerados fúteis, ou seja, aqueles que apenas têm a intenção de prolongar a vida da pessoa, mas que não vão curá-la, causando dor e invasão da privacidade.

O que são Cuidados Paliativos e quem deve receber

Como receber os cuidados paliativos

Os cuidados paliativos são indicados pelo médico, entretanto, para garantir que eles sejam feitos quando chegar o momento, é importante conversar com a equipe médica que acompanha o paciente e mostrar o seu interesse neste tipo de cuidado. Assim, uma comunicação clara e franca entre o paciente, a família e os médicos sobre o diagnóstico e as opções de tratamento de qualquer doença é muito importante para definir estas questões.

Existem formas de documentar estas vontades, por documentos chamados "Diretivas antecipadas de vontade", que permitem que a pessoa informe aos seus médicos, sobre cuidados de saúde que deseja, ou que não deseja receber, no caso de, por qualquer razão, se encontrar incapaz de expressar os desejos em relação ao tratamento.

Assim, o Conselho Federal de Medicina orienta que o registro da diretiva antecipada de vontade pode ser feito pelo médico que acompanha o paciente, em sua ficha médica ou no prontuário, desde que expressamente autorizado, não sendo exigidas testemunhas ou assinaturas, pois o médico, pela sua profissão, possui fé pública e seus atos têm efeito legal e jurídico.

Também é possível redigir e registrar em cartório um documento, chamado Testamento Vital, em que a pessoa pode declarar estas vontades, especificando, por exemplo, a vontade de não ser submetido a procedimentos como uso de aparelhos para respirar, se alimentar por tubos ou passar por um procedimento reanimação cardio-pulmonar, por exemplo. Neste documento também é possível indicar uma pessoa de confiança para tomar decisões sobre os rumos do tratamento quando não puder mais fazer suas escolhas.