Malária: sintomas, transmissão, tratamento e como prevenir
A malária é uma doença infecciosa transmitida através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, que transmite um protozoário da família Plasmodium. Dessa forma, a melhor forma de prevenção consiste em medidas para evitar ser picado, através do uso de repelente e proteções nas janelas, por exemplo.
Uma vez no organismo da pessoa afetada, estes parasitas vão até o fígado, onde se multiplicam e, em seguida, atingem a corrente sanguínea, onde invadem e rompem os glóbulos vermelhos do sangue, provocando sintomas como febre, suor, calafrio, náuseas, vômitos, dor de cabeça e fraqueza.
A malária tem cura, mas é importante que o tratamento seja iniciado rapidamente, pois em muitos casos a doença pode se tornar grave, havendo anemia, diminuição das plaquetas, insuficiência renal ou, até, o comprometimento do cérebro, em que as chances de complicações e de morte são muito maiores.
Principais sintomas
Os primeiros sintomas da malária costumam surgir entre 8 a 14 dias após a transmissão, podendo levar até 30 dias ou mais. Os sintomas mais comuns incluem:
- Febre, que pode surgir e desaparecer em ciclos;
- Suores e calafrios;
- Dor de cabeça forte;
- Náuseas e vômitos;
- Dor muscular em todo o corpo;
- Fraqueza e cansaço constante;
- Pele e olho amarelados.
A maioria destes sintomas podem ser difíceis de identificar como sendo sinal de malária e, dessa forma, caso surjam é importante ir ao médico diagnosticar a doença e iniciar o tratamento adequado, especialmente se se estiver num local em que a malária é frequente, como na região Amazônica e África, por exemplo.
Além disso, estes sintomas podem aparecer em ciclos, isto é, manifestar-se a cada 48 horas ou 72 horas, dependendo da espécie de Plasmodium que está infectando o corpo. Isto acontece devido ao seu ciclo de vida, à medida que se desenvolvem, reproduzem e caem na corrente sanguínea.
A forma mais grave da malária acontece quando a infecção compromete o cérebro, causando dor de cabeça, rigidez de nuca, convulsões, sonolência e coma. Outras complicações incluem incluem anemia, redução das plaquetas, insuficiência renal e insuficiência respiratória. Saiba mais sobre os sintomas da malária e malária cerebral.
Como acontece a transmissão
A transmissão da malária acontece através da picada da fêmea do mosquito Anopheles infectado, que adquiriu o parasita ao picar uma pessoa infectada pela doença. É importante lembrar que a malária não é contagiosa, ou seja, não é transmitida de uma pessoa para outra, exceto em casos mais raros de compartilhamento de seringas, transfusões mal controladas ou parto.
Geralmente, o mosquito pica as pessoas durante o entardecer ou anoitecer. Os locais de maior risco de contaminação são América do Sul, América Central, África e parte da Ásia, principalmente em locais com água limpa com pouca corrente, umidade e com temperatura entre 20º e 30ºC. No Brasil os estados mais afetados pela malária são Amazonas, Roraima, Acre, Tocantins, Pará, Amapá, Mato Grosso, Maranhão e Rondônia.
Ciclo de infecção da malária
O ciclo do parasita Plasmodium no corpo humano acontece da seguinte forma:
- A picada da fêmea do mosquito Anopheles transmite, através da sua saliva, os Plasmondium para a corrente sanguínea da pessoa, na sua fase de Esporozoíto;
- Os esporozoítos viajam ateo fígado, onde amadurecem e se multiplicam, por cerca de 15 dias, dando origem à forma de Merozoítos;
- Os Merozoítos rompem as células do fígado e atingem a corrente sanguínea, passando a invadir os glóbulos vermelhos do sangue;
- Dentro das células sanguíneas infectadas, que são chamadas de Esquizontes, os parasitas se multiplicam e rompem esta célula, e passam a invadir outras, em um ciclo que dura de 48 a 72 horas.
Dentro de cada esquizonte, o ciclo é variavel de acordo com a espécie do Plasmodium, sendo de 48 horas para as espécies P. falciparum, P. vivax, e P. ovale e de 72 h para P. malariae. Durante o período que os esquizontes são rompidos, os sintomas podem se acentuar, principalmente a febre e os calafrios.
Como confirmar o diagnóstico
Após o surgimento dos primeiros sintomas é recomendado ir ao hospital ou no pronto-socorro, especialmente se os sintomas surgirem a cada 48 ou 72 horas. Desta forma, o médico poderá identificar a presença do parasita no organismo através de exames de sangue, como gosta espessa ou testes imunológicos, podendo iniciar o tratamento adequado, evitando que a infecção agrave e coloque em risco a vida.
Como é feito o tratamento
O tratamento da malária é feito com medicamentos antimaláricos, como Cloroquina, Primaquina, Artemeter e Lumefantrina ou Artesunato e Mefloquinta por exemplo, que atuam destruindo o Plasmodium e impedindo a sua transmissão.
Os medicamentos escolhidos, as doses e a duração são indicados pelo médico de acordo com a idade, gravidade da doença e análise das condições de saúde. Crianças, bebês e grávidas precisam de um tratamento especial, com Quinina ou Clindamicina, sempre de acordo com as recomendações médicas e, geralmente, é indicado o internamento hospitalar.
Recomenda-se ainda:
- Alimentar-se normalmente;
- Não consumir bebidas alcoólicas;
- Não parar o tratamento antes do conselho médico, mesmo se os sintomas desaparecem antes, pelo risco de recidiva e complicações da doença.
O tratamento da malária deve ser iniciado o mais rápido possível, pois pode evoluir de forma grave e, sem o adequado tratamento, pode levar à morte. Saiba mais sobre como é feito o tratamento para se recuperar mais rápido.
Como se proteger
A prevenção da malária pode ser feita através de:
- Uso de roupas de cor clara e de tecido fino, com mangas compridas e calças compridas;
- Evitar as áreas mais propensas à contaminação da doença, principalmente durante o entardecer ou amanhecer, por exemplo;
- Usar repelente à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), respeitando as orientações do fabricante quanto à reposição do repelente;
- Colocar telas de proteção contra mosquitos em janelas e portas;
- Evitar lagos, lagoas e rios ao final da tarde e à noite.
Quem vai viajar para um local onde há casos de malária pode receber um tratamento de prevenção, chamado de quimioprofilaxia, com os remédios anti-maláricos, como Doxiciclina, Mefloquina ou Cloroquina, por exemplo.
Todavia estes remédios possuem fortes efeitos colaterais, por isso o médico costuma indicar este tipo de prevenção para pessoas que possuem maior risco de desenvolverem doença grave, como ir para locais com elevados índices de transmissão ou quando a pessoa possui alguma doença que pode ter maiores complicações com a infecção.
Estes medicamentos só devem ser usados após indicação médica e geralmente são iniciados 1 dia antes da viagem e persistem por mais alguns dias ou semanas após o retorno.