7 doenças tratadas pela estimulação cerebral profunda
A estimulação cerebral profunda, também conhecida como marcapasso cerebral ou DBS, Deep Brain Stimulation, é um procedimento cirúrgico em que se implanta um pequeno eletrodo para estimular regiões específicas do cérebro.
Este eletrodo fica ligado a um neuroestimulador, que é uma espécie de bateria, que fica implantada sob o couro cabeludo ou na região da clavícula.
Esta cirurgia, que é feita pelo neurocirurgião, tem causado melhora em muitas doenças neurológicas, como o Parkinson, Alzheimer, epilepsia e algumas doenças psiquiátricas, como depressão e TOC, mas só está indicada para casos em que não houve melhora com uso de medicamentos.
As principais doenças que podem ser tratadas são:
1. Doença de Parkinson
Os impulsos elétricos desta técnica estimulam regiões no cérebro, como o núcleo subtalâmico, que ajudam a controlar os movimentos e melhorar sintomas como tremor, rigidez e dificuldade para andar e, por isto, a doença de Parkinson é a doença mais tratada pela cirurgia de estimulação cerebral profunda.
Os pacientes que realizam esta terapia podem se beneficiar, ainda, com a melhoria do sono, da capacidade de deglutição dos alimentos e de sentir cheiros, funções que são prejudicadas na doença. Além disto, é possível diminuir a dose dos medicamentos utilizados e evitar os seus efeitos colaterais.
2. Demência de Alzheimer
A cirurgia de estimulação cerebral profunda já vem sendo, também, testada e utilizada para tentar regredir os sintomas do Alzheimer, como esquecimento, dificuldade de raciocínio e alteração do comportamento.
Nos resultados iniciais, já se observou que a doença fica estacionada por mais tempo e, em algumas pessoas, pôde-se notar a sua regressão, devido a melhores resultados apresentados nos testes de raciocínio.
3. Depressão e TOC
Esta técnica já vem sendo testada para o tratamento de depressão grave, que não melhora com a utilização de remédios, psicoterapia e eletroconvulsoterapia, podendo-se estimular a região do cérebro responsável pela melhora do humor, o que reduz os sintomas em grande parte dos pacientes que já fizeram esta terapia.
Em alguns casos, com este tratamento, também é possível diminuir o comportamento compulsivo e repetitivo, que existe no TOC, além de ser uma promessa para reduzir o comportamento agressivo de algumas pessoas.
4. Distúrbios do movimentos
Doenças que causam alterações do movimento e causam movimentos involuntários, como o tremor essencial e distonia, por exemplo, apresentam ótimos resultados com a estimulação cerebral profunda, pois, assim como acontece no Parkinson, são estimuladas regiões do cérebro para que haja um controle dos movimentos, nas pessoas que não têm melhora com o uso de medicamentos.
Assim, já se pode notar a melhoria na qualidade de vida de muitas pessoas que fizeram esta terapia, principalmente, ao permitir caminhar com mais facilidade, controlar a voz e poder realizar algumas atividades que já não eram possíveis.
5. Epilepsia
Embora a região do cérebro afetada pela epilepsia varie de acordo com o seu tipo, já se tem demonstrado a diminuição na frequência das crises convulsivas em pessoas que fizeram a terapia, o que torna mais fácil o tratamento e diminui as complicações das pessoas que sofrem desta doença.
6. Transtornos alimentares
A implantação do dispositivo neuroestimulador na região do cérebro responsável pelo apetite, pode tratar e diminuir efeitos de transtornos da alimentação, como obesidade, por falta de controle do apetite, e anorexia, em que a pessoa deixa de comer.
Assim, em casos em que não há melhora com tratamento com remédios ou psicoterapia, a terapia de estimulação profunda é uma alternativa que promete ajudar no tratamento dessas pessoas.
7. Dependências e vícios
A estimulação cerebral profunda parece ser uma boa promessa para o tratamento de pessoas que têm dependência a substâncias químicas, como drogas ilícitas, álcool ou cigarro, podendo fazer com que o vício seja diminuído e evitado.
Preço da estimulação cerebral profunda
Para esta cirurgia é necessário um material caro e uma equipe médica muito especializada, podendo custar em torno de R$ 100.000,00 reais, a depender do hospital realizado. Alguns casos selecionados, quando encaminhados para hospitais onde esta técnica é disponível, pode ser realizado pelo SUS.
Outros benefícios
Esta terapia pode, ainda, trazer melhoras para a recuperação de pessoas que sofreram de um AVC, podendo diminuir as sequelas, aliviar a dor crônica e até ajudar no tratamento da síndrome de La Tourette, em que a pessoa tem tique motores e vocais incontroláveis.
No Brasil, este tipo de cirurgia só está disponível em grandes hospitais, sobretudo nas capitais ou grandes cidades, em que há centros de neurocirurgia equipados. Como é um procedimento caro e pouco disponível, esta terapia tem sido reservada para pessoas com doenças graves e que não respondem ao tratamento com remédios.