A dor no fígado localiza-se normalmente na região superior direita do abdômen, e pode ser sinal de doenças como infecções, obesidade, colesterol ou câncer ou pode acontecer devido à exposição a substâncias tóxicas como álcool, detergentes ou mesmo medicamentos.
O tratamento da dor no fígado depende da doença que a origina e dos sintomas associados, no entanto, pode também ser prevenida com vacinação, alimentação correta, prática de exercício físico ou evitando comportamentos de risco como partilha de seringas ou prática de relações sexuais desprotegidas.
O fígado pode ser infectado por vírus ou parasitas, que causam inflamação e alterações no seu funcionamento. Os tipos mais comuns de infecção no fígado são a hepatite A, B e C, transmitidas por vírus, que além de provocarem dor no fígado, podem causar também sintomas como perda do apetite, enjoo e vômito, cansaço extremo, dor nos músculos e nas articulações, dor de cabeça, sensibilidade à luz, fezes claras, urina escura, pele e olhos amarelados.
A hepatite A pode ser transmitida através do contato com água ou alimentos contaminados, e a hepatite B e C são geralmente transmitidas através do contato com sangue ou secreções contaminadas, podendo ser assintomáticas, mas mesmo assim é necessário tratamento para evitar a deterioração do fígado.
Como tratar
O tratamento para a hepatite consiste no uso de medicamentos como Interferon, lamivudina ou adefovir durante cerca de 6 a 11 meses, dependendo do tipo de hepatite e da resposta ao tratamento, devendo-se também fazer uma alimentação de fácil digestão, à base de gelatina, peixe ou arroz, por exemplo. Veja mais alimentos de fácil digestão.
A hepatite tem cura na maior parte das vezes, mas quando o tratamento não é feito corretamente, aumenta o risco de desenvolvimento de cirrose e câncer hepático. A hepatite pode também ser prevenida com as vacinas contra hepatite A e B, com o uso camisinha durante as relações sexuais, evitando a partilha de seringas e adotando boas medidas de higiene. Saiba mais sobre como prevenir a transmissão do vírus da hepatite.
Nestas doenças, o sistema imune da pessoa ataca o próprio corpo, podendo também afetar o fígado, e são exemplos disso a hepatite autoimune, a cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária.
A hepatite autoimune é uma doença rara, na qual o organismo ataca as células do próprio fígado fazendo com que fique inflamado e provocando sintomas como dor abdominal, pele amarelada ou enjoos. Já a cirrose biliar primária consiste na destruição progressiva dos ductos biliares localizados no fígado, e a colangite esclerosante provoca o seu estreitamento levando ao aparecimento de sintomas como fadiga e coceira, por exemplo, e podendo provocar cirrose e insuficiência hepática.
Como tratar
A hepatite autoimune tem cura se for feito um transplante de fígado, que é utilizado nos casos mais graves, no entanto, a doença pode ser controlada com o uso de remédios corticóides como a Prednisona, ou imunossupressores, como a Azatioprina. É também recomendado uma alimentação variada e equilibrada, evitando a ingestão de álcool e alimentos com muita gordura. Veja mais alimentos para hepatite autoimune.
Na cirrose biliar primária e na colangite esclerosante, o ácido ursodeoxicólico é o tratamento de escolha, e se for iniciado mal apareçam os primeiros sintomas, pode reduzir a velocidade de evolução da doença, evitando a ocorrência de cirrose. Numa fase terminal, o único tratamento que cura eficazmente a doença é o transplante de fígado.
A dor no fígado também pode ser provocada por doenças genéticas que levam ao acúmulo de substâncias tóxicas no fígado, como é o caso da hemocromatose hereditária, que provoca acúmulo de ferro em excesso no corpo, da oxalúria que leva ao aumento de ácido oxálico no fígado, ou a doença de Wilson, em que há acumulação de cobre.
Como tratar
A hemocromatose pode ser tratada evitando alimentos com grandes quantidades de ferro, como carnes vermelhas, espinafre ou feijão verde, por exemplo. Veja mais alimentos que contém ferro.
No caso da oxalúria, deve-se reduzir o consumo de oxalato presente em espinafres e nozes por exemplo, e em casos mais graves recorrer a diálise, ou mesmo transplante do fígado e do rim. A doença de Wilson pode ser tratada reduzindo a ingestão de alimentos ricos em cobre, como mexilhões ou tomando substâncias que se ligam ao cobre ajudando a eliminá-lo na urina como é os caso da penicilamina ou do acetato de zinco, por exemplo. Veja mais sobre a doença de Wilson.
O câncer do fígado pode afetar os hepatócitos, ductos biliares e vasos sanguíneos, e é geralmente muito agressivo, podendo provocar dor no abdômen, enjoo, perda do apetite e olhos amarados, por exemplo. Veja mais sintomas do câncer no fígado.
Como tratar
Geralmente é necessário recorrer a cirurgia, de forma a retirar a região do fígado afetada e pode ser necessário fazer quimioterapia ou radioterapia antes de fazer a cirurgia para diminuir o tamanho do câncer.
A hepatite alcoólica é causada pela ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, que causam sintomas como fortes dores abdominais, náuseas, vômitos e perda de apetite, por exemplo, e se não for tratada pode provocar graves lesões no fígado.
Como tratar
O tratamento consiste na suspensão da ingestão de álcool e uso de remédios como o ácido ursodesoxicólico ou fosfatidilcolina, que reduzem a inflamação do fígado e aliviam os sintomas. Nos casos mais graves, pode ser necessário um transplante de fígado.
A hepatite medicamentosa é causada pela exposição a substâncias tóxicas ou uso excessivo de medicamentos, como paracetamol, nimesulida, eritromicina ou estatinas, por exemplo, ou mesmo devido a reações alérgicas a estes, que provocam lesões nas células do fígado.
Como tratar
O tratamento consiste na suspensão imediata do medicamento ou da substância tóxica que esteja na origem do problema, e em casos mais graves, pode ser necessário o uso de corticóides até à normalização do funcionamento do fígado.
O acúmulo de gordura no fígado é comum em pessoas com obesidade, colesterol alto ou diabetes, podendo ser assintomático ou provocar sintomas como dor do lado direito do abdômen, barriga inchada, enjoo e vômitos.
Como tratar
O tratamento para a gordura no fígado consiste na prática regular de exercício físico e numa alimentação adequada à base de carnes brancas e legumes. Veja as dicas da nossa nutricionista da dieta recomendada para fígado gordo:
Um ótimo remédio caseiro para aliviar e tratar problemas de fígado é o chá de cardo-mariano, que tem na sua composição silimarina, muito eficaz nas afeções biliares, hepatite, fígado gordo, doenças hepáticas tóxicas, ou mesmo cirrose hepática.
Ingredientes
Modo de preparo
Deitar um copo de água fervente sobre as os frutos esmagados de cardo-marrano e deixar repousar por cerca de 10 minutos. A dose recomendada é de 3 a 4 chávenas por dia.
A dor no fígado pode ser prevenida adotando os seguintes cuidados:
Além disso, também é muito importante praticar exercício físico com regularidade e fazer uma alimentação equilibrada com alimentos que ajudem a desintoxicar o fígado, como o limão ou a alcachofra, por exemplo. Veja mais alimentos que desintoxicam o fígado.
Deve-se ir ao médico quando a dor no fígado se torna intensa e persistente e quando é acompanhada por outros sintomas como pele e olhos amarelados, inchaço nas pernas, coceira generalizada na pele, presença de urina escura e fezes claras ou com sangue, cansaço, enjoos e vômitos ou perda do apetite.
Durante a consulta, o médico pode fazer um exame físico de forma a entender onde dói, e pode fazer várias perguntas sobre outros sintomas e hábitos alimentares, ou mesmo fazer alguns exames como ultrassom, ressonância magnética, tomografia computadorizada, exames de sangue ou biópsia ao fígado. Veja em que consistem estes exames.