O que é Delirium e principais causas
O delirium, também chamado de Delirium Tremens, é um estado de confusão mental que surge abruptamente, e causa alterações da consciência, atenção, comportamento, memória, pensamento, orientação ou outra área da cognição, provocando um comportamento que costuma alternar entre sonolência excessiva e agitação.
Também conhecido como Estado Confusional Agudo, o delirium está relacionado a alterações na atividade do cérebro, e costuma afetar, principalmente, idosos internados ou com algum tipo de demência, como a doença de Alzheimer, ou pessoas em abstinência ao álcool e drogas, apesar da sua causa exata ainda não estar esclarecida.
Para tratar o delirium é recomendado, inicialmente, corrigir os fatores que podem estar desencadeando esta situação, como tratar uma infecção, ajustar a medicação, organizar o ambiente ou regularizar o sono, por exemplo. Já nos casos mais graves, o médico também poderá indicar o uso de medicamentos antipsicóticos, como Haloperidol, Risperidona, Quetiapina ou Olanzapina.
Como identificar
Os principais sintomas que indicam delirium são:
- Desatenção;
- Sonolência ou torpor;
- Agitação;
- Incapacidade de obedecer a comandos;
- Inversão do ciclo sono-vigília, em que se permanece acordado durante a noite e sonolento durante o dia;
- Desorientação;
- Não reconhecer familiares ou pessoas conhecidas;
- Alterações da memória;
- Alucinações;
- Ansiedade.
Uma importante característica do delirium é a sua instalação aguda, de uma hora para outra, e, além disso, tem um curso flutuante, ou seja, varia entre momentos de normalidade, agitação ou sonolência ao longo de um mesmo dia.
Como confirmar
O diagnóstico do delirium pode ser confirmado pelo médico, através do uso de questionários como o Confusion Assessment Method (CAM), que indica que as características fundamentais para a confirmação são:
A) Alteração aguda do estado mental; | Considera-se delirium na presença dos itens A e B + C e/ou D |
B) Diminuição marcante da atenção; |
C) Alteração do nível de consciência (agitação ou sonolência); |
D) Pensamento desorganizado. |
É importante lembrar que o "Delirium" é diferente do "Delírio", pois este significa uma alteração psiquiátrica caracterizada pela a formação de um juízo falso sobre algo, em que a pessoa tem uma convicção de algo impossível. Além disso, diferente do delirium, o delírio não tem causa orgânica e não provoca alterações de atenção ou consciência.
Saiba mais sobre esta alteração em O que é e como identificar o delírio.
Principais causas
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do delirium incluem:
- Idade maior que 65 anos;
- Ter algum tipo de demência, como pela doença de Alzheimer ou demência por corpos de Lewy, por exemplo;
- Certos medicamentos, como sedativos, soníferos, anfetamina, anti-histamínicos ou alguns antibióticos, por exemplo;
- Estar hospitalizado;
- Ter passado por uma cirurgia;
- Desnutrição;
- Desidratação;
- Abuso de álcool ou drogas;
- Restrição física, como por estar acamado;
- Uso de muitos medicamentos;:
- Privação do sono;
- Mudança de ambiente;
- Ter alguma doença física, como infecção, insuficiência cardíaca ou dor rins, por exemplo.
Em idosos, o delirium pode ser a única manifestação de alguma doença grave, como pneumonia, infecção urinária, infarto, AVC ou alterações de eletrólitos do sangue, por exemplo, por isso sempre que surgir deve ser rapidamente avaliada pelo médico geriatra ou clínico geral.
Como é feito o tratamento
A principal forma de tratar o delirium é através de estratégias que ajudam a orientar a pessoa, como permitir o contato com familiares durante a internação, manter a pessoa orientada em relação ao tempo, fazendo-a ter acesso ao calendário e relógio e manter um ambiente calmo, principalmente durante à noite, para permitir um sono tranquilo.
Estas estratégias estimulam o retorno à consciência e a melhoria do comportamento. Além disso, os idosos que utilizam óculos ou aparelhos auditivos devem ter acesso a eles, evitando que tenha dificuldades de compreensão e comunicação. Confira mais orientações sobre o que fazer para conviver melhor com o idoso com confusão mental.
O uso de medicamentos é indicado pelo médico, e deve ser reservado aos pacientes com agitação importante, representando um risco à sua própria segurança ou dos outros. O remédios mais utilizados são os antipsicóticos, como Haloperidol, Risperidona, Queitapina, Olanzapina ou Clozapina, por exemplo. Já em casos de delirium causado por abstinência ao álcool ou drogas ilícitas, é indicado o uso de medicamentos sedativos, como Diazepam, Clonazepam ou Lorazepam, por exemplo.