Todo diabético deve saber a quantidade de carboidratos dos alimentos para poder saber a quantidade exata de insulina que deve utilizar após cada refeição. Para isso basta aprender a contar a quantidade dos alimentos.
Saber a quantidade de insulina que deve usar é importante porque ajuda a evitar as complicações da diabetes como problemas de visão ou mau funcionamento dos rins, pois a doença fica melhor controlada, já que a insulina é aplicada de acordo com os alimentos ingeridos.
Para realizar esta técnica é fundamental saber quais são os alimentos que contêm carboidratos, para adequar a quantidade de insulina necessária. Você pode saber isso lendo o rótulo dos alimentos ou pesando os alimentos numa pequena balança de cozinha.
Os alimentos que contêm carboidratos, também conhecidos como glicídios, hidratos de carbono ou açúcares, são representados nos rótulos das embalagens através da siglas HC ou CHO. Alguns exemplos são:
No entanto, para saber a quantidade exata de carboidrato de um alimento você deve ler o rótulo ou pesar o alimento ainda cru. Depois disso, é importante fazer a regra de 3 para a quantidade que vai comer.
Os alimentos que não precisam ser contados, porque possuem uma quantidade muito pequena de carboidratos são os alimentos ricos em fibras, como legumes.
Além disso, a gordura dos alimentos eleva a glicemia apenas quando ingerida em grandes quantidade e a ingestão de bebidas alcoólicas, sem alimentos, pode provocar baixa de açúcar no sangue tanto em pessoas que usam insulina como naquelas que utilizam hipoglicemiantes orais até 12 horas após a sua ingestão.
Para calcular a quantidade de insulina em função do que é ingerido é preciso fazer algumas contas simples. Todos os cálculos devem ser explicados pelo médico, enfermeiro ou nutricionista, para que você seja capaz de fazer as contas sozinho. O cálculo consiste em:
1. Fazer conta de subtrair - Depois de fazer a picadinha no dedo, para medir a taxa de açúcar no sangue, é preciso fazer a diferença entre a glicemia obtida antes de comer e a glicemia-alvo, que é aquela que é esperado ter naquela hora do dia. Esse valor deve ser indicado pelo médico numa consulta, mas geralmente, o valor alvo de glicemia varia entre 70 e 140.
2. Fazer conta de dividir - Depois é preciso dividir esse valor (150) pelo fator sensibilidade, que é quanto 1 unidade de insulina rápida é capaz de reduzir o valor da glicemia.
Este valor é calculado pelo endocrinologista e deve ser seguido pelo doente, pois é influenciado por fatores como atividade física, doença, uso de corticoides ou ganho de peso, por exemplo.
3. Conta de somar - É necessário somar todos os alimentos que contêm carboidratos que se vai ingerir numa refeição. Por exemplo: 3 colheres de arroz (40g HC) + 1 fruta média (20g HC) = 60g HC.
4. Conta de dividir - Depois, deve-se dividir esse valor pela quantidade de carboidratos que 1 unidade de insulina rápida cobre, que na maioria dos casos corresponde a 15 g de carboidratos.
Este valor é determinado pelo médico individualmente, e pode ser diferente em cada refeição ou hora do dia. Por exemplo, 60 gHC/15gHC = 4 unidades de insulina.
5. Conta de somar - Por fim, deve-se adicionar a quantidade de insulina para corrigir o valor de glicemia calculado no ponto 1 e adicionar a quantidade de insulina para a quantidade de carboidratos que vão ser ingeridos obtendo-se a quantidade final de insulina que deve ser administrada.
Em alguns casos, o valor de insulina não é exato, por exemplo, 8.3 unidades, devendo-se arredondar a quantidade para 8 ou 9, segundo o limite de 0.5.
Aqui está um exemplo de uma tabela de contagem de carboidratos para diabéticos que ajuda o paciente a saber quantos gramas de carboidrato ingere nas refeições.
Alimentos | Carboidratos | Alimentos | Carboidratos |
1 copo de leite desnatado (240 ml) | 10 g HC | 1 tangerina | 15 g HC |
1 fatia de queijo minas | 1 g HC | 1 colher de sopa de feijão | 8 g HC |
1 colher rasa de sopa de arroz | 6 g HC | Lentilha | 4 g HC |
1 colher de macarrão | 6 g HC | Brócolis | 1 g HC |
1 pão francês (50g) | 28 g HC | Pepino | 0 g HC |
1 batata média | 6 g HC | Ovo | 0 g HC |
1 maça (160g) | 20 g HC | Frango | 0 g HC |
Geralmente, o nutricionista ou médico dá uma lista semelhante a esta tabela onde é descrito os alimentos e as respetivas quantidades.
Após os cálculos deve-se aplicar a insulina através de uma injeção que pode ser administrada no braço, coxa ou barriga, variando os locais para evitar hematomas e nódulos debaixo da pele. Veja como aplicar a insulina corretamente.
No almoço comeu 3 colheres de macarrão, meio tomate, carne moída, 1 maçã e água. Para saber a quantidade de insulina que deve tomar para esta refeição, deve:
No entanto, antes de comer deve fazer a picadinha no dedo para saber qual a glicemia atual e no caso de ser superior ao recomendado, geralmente superior a 100g/dl, deve-se adicionar insulina àquela que vai aplicar para comer.
A contagem de carboidratos para diabéticos tipo 1 ajuda o paciente a ajustar a quantidade de insulina de forma exata que tem de tomar para a refeição que vai realizar, sendo que em adultos geralmente 1 unidade de insulina rápida ou ultra rápida, como Humulin R, Novolin R ou Insunorm R, cobre 15 gramas de carboidratos.
Já no caso de diabetes tipo 2 permite controlar de forma eficaz as quantidades de alimentos que se ingerem nas refeições, ajudando a manter as calorias, controlando o peso e evitando outras complicações, como síndrome metabólica.
No entanto, esta técnica só deve ser iniciada por indicação do endocrinologista e é fundamental seguir a dieta indicada pelo nutricionista, aplicando as regras recomendadas.