Como é feito o tratamento para hemofilia
O tratamento para hemofilia, que é uma doença genética que altera a capacidade de coagulação do sangue, é feito com a reposição dos fatores de coagulação que estão deficientes na pessoa, que é o fator VIII, no caso da hemofilia tipo A, e o fator IX, no caso da hemofilia tipo B.
Os fatores de coagulação são proteínas essenciais do sangue que são ativadas quando há o rompimento de algum vaso sanguíneo, para que o sangramento seja contido, portanto, quando são repostos ao longo do tratamento, ajudam a pessoa com hemofilia a levar um vida normal e sem muitas restrições. Para saber mais sobre o que causa e como identificar a hemofilia, confira os mitos e verdades sobre a hemofilia.
Tipos de tratamento
Apesar de não ter cura, o tratamento da hemofilia ajuda a evitar que os sangramentos surjam frequentemente, e é orientado pelo hematologista, podendo ser feito de duas formas diferentes:
- Tratamento de prevenção: consiste na reposição periódica dos fatores de coagulação, para que eles estejam sempre com níveis aumentados no organismo, e impeçam um possível sangramento. Este tipo de tratamento pode não ser necessário em alguns casos casos de hemofilia leve, podendo ser recomendado fazer o tratamento apenas quando há algum tipo de hemorragia.
- Tratamento após sangramento: é o tratamento sob demanda, feito em todos os casos, com a aplicação do concentrado de fator de coagulação quando há um episódio de hemorragia, o que permite que ela seja resolvida mais rapidamente.
Em qualquer um dos tratamentos, as doses devem ser calculadas de acordo com o peso corporal, a gravidade da hemofilia e com os níveis de atividade de fator de coagulação que cada pessoa tem no sangue. Os concentrados de fator VIII ou IX são disponibilizadas pelo ministério da saúde, através do SUS, e consiste em uma ampola com pó que é diluído em água destilada para a aplicação.
Antigamente, o tratamento era feito com transfusões de sangue, o que já não é necessário de rotina, mas pode vir a ser utilizado em situações de emergência ou na falta das injeções dos fatores de coagulação.
Além disso, outros tipos de concentrados de agentes hemostáticos podem ser utilizados para auxiliar na coagulação, como crioprecipitado, complexo protrombínico e desmopressina, por exemplo. Estes tratamentos são feitos gratuitamente pelo SUS, nos centros de hematologia do estado, bastando ser encaminhado pelo clínico geral ou hematologista.
Tratamento nos casos de hemofilia com inibidor
Alguns hemofílicos podem desenvolver anticorpos contra o concentrado de fator VIII ou IX usados para o tratamento, chamados de inibidores, o que pode prejudicar a resposta do tratamento.
Nestes casos, pode ser necessária a realização de um tratamento com doses maiores, ou com a associação de outros componentes coagulantes do sangue.
Cuidados durante o tratamento
As pessoas portadoras de hemofilia devem ter os seguintes cuidados:
- Praticar atividades físicas, para fortalecer os músculos e articulações, reduzindo as chances de sangramento, entretanto deve-se evitar esportes de impacto ou contato físico violento;
- Observar o surgimento de novos sintomas, principalmente nas crianças, e se diminuem com o tratamento;
- Ter a medicação sempre próxima, principalmente em caso de viagem;
- Ter uma identificação, como uma pulseira, indicando a doença, para casos de emergência;
- Informar a condição sempre que fizer algum procedimento, como aplicação de vacina, cirurgia dentária ou procedimentos médicos;
- Evitar medicamentos que facilitam o sangramento, como aspirina, anti-inflamatórios e anticoagulantes, por exemplo.
Além disso, a fisioterapia também deve fazer parte do tratamento da hemofilia pois ela melhora a função motora, diminuindo o risco de complicações, como a sinovite hemolítica aguda, que é uma inflamação da articulação devido ao sangramento, e melhora a tonicidade muscular, e por isso pode, até, diminuir a necessidade da toma de fatores de coagulação sanguínea e melhorar a qualidade de vida.