Conheça a Síndrome da Bela Adormecida
A síndrome da bela adormecida é cientificamente chamada de síndrome de Kleine-Levin. Essa é uma doença rara que manifesta-se inicialmente na adolescência ou no início da vida adulta. Nela, a pessoa sofre períodos em que passa dias dormindo, que pode variar de 1 a 3 dias, acordando irritado, agitado e comendo compulsivamente.
Cada período de sono pode variar entre 17 a 72 horas seguidas e quando acorda, sente-se sonolento, voltando a dormir passado pouco tempo. Algumas pessoas apresentam ainda episódios de hipersexualidade, sendo isto mais comum entre os homens.
Essa doença se manifesta em períodos de crises que podem acontecer 1 mês por mês, por exemplo. Nos outros dias, a pessoa tem uma vida aparentemente normal, embora sua condição dificulte a vida escolar, familiar e profissional.
A síndrome de Kleine-Levin também é chamada de síndrome de hipersonia e hiperfagia; síndrome de hibernação; sonolência periódica e fome patológica.
Como identificar
Para identificar a síndrome da bela adormecida é preciso verificar os seguintes sinais e sintomas:
- Episódios de sono intenso e profundo que pode durar dias ou média diária de sono acima de 18 horas;
- Acordar desse sono irritado e ainda sonolento;
- Aumento do apetite ao acordar;
- Aumento do desejo pelo contato íntimo ao acordar;
- Comportamentos compulsivos;
- Agitação ou amnésia com diminuição ou perda total da memória.
Não existe cura para a síndrome de Kleine-levin, mas esta doença aparentemente deixa de apresentar crises após os 30 anos de vida. Mas para se certificar que a pessoa tem essa síndrome ou outro problema de saúde deve-se realizar exames como polissonografia, que é o estudo do sono além de outros como eletroencefalografia, ressonância magnética cerebral e tomografia computadorizada. Na síndrome estes exames devem estar normais mas são importantes para descartar outras doenças como epilepsia, lesão cerebral, encefalite ou meningite.
Causas
Não se sabe bem o porquê do desenvolvimento dessa síndrome, mas há uma suspeita de que seja um problema causado por algum vírus ou alterações no hipotálamo, uma região do cérebro que controla o sono, o apetite e o desejo sexual. No entanto, em alguns casos relatados dessa doença, uma infecção viral não específica envolvendo o sistema respiratório, especificamente os pulmões, gastroenterite e febre foram relatadas antes do primeiro episódio de sono excessivo.
Tratamento
O tratamento para a síndrome de Kleine-Levin pode ser feito com a toma de medicamentos à base de lítio ou estimulantes anfetamínicos durante o período de crise para fazer com que a pessoa tenha o sono regularizado mas nem sempre tem efeito.
Também faz parte do tratamento deixar a pessoa dormir o tempo que for necessário, somente acordando-a no mínimo 2 vezes ao dia para que possa comer e ir ao banheiro para que sua saúde não seja prejudicada.
Geralmente após 10 anos do surgimento dos episódios de sono exagerado as crises cessam e nunca mais voltam a se manifestar, mesmo sem nenhum tratamento específico.