Como é feito o tratamento para Leishmaniose visceral
O tratamento da leishmaniose visceral humana, também conhecida como calazar, é feito, principalmente, com os Compostos Antimoniais Pentavalentes, por 20 a 30 dias, com o intuito de eliminar o microorganismo causador da doença.
A leishmaniose visceral é uma infecção causada, no Brasil, pelo protozoário Leishmania chagasi, transmitido por mosquitos das espécies L. longipalpis e L. cruzi, doença que piora lentamente e pode se tornar grave, por isso, na presença de sinais e sintomas que indiquem esta doença, é importante procurar atendimento médico, para o diagnóstico e tratamento corretos. Saiba mais sobre como identificar a leishmaniose visceral.
Além dos medicamentos para eliminar o protozoário, o tratamento deve envolver o controle de complicações comuns desta doença, como anemia, diarréia, desnutrição, sangramentos e infecções por queda da imunidade, pois são situações que debilitam e podem colocar em risco à vida da pessoa.
Remédios mais utilizados
Os principais medicamentos utilizados para tratar o calazar são os Compostos Antimoniais Pentavalentes, como o Antimoniato de meglumina e Estibogluconato de sódio, que são a principal opção de tratamento, aplicadas em doses intramusculares ou venosas, por 20 a 30 dias. Saiba mais sobre como é usado e o preço do medicamento mais utilizado no tratamento da Leishmaniose.
Em poucos casos, estes medicamentos podem causar efeitos colaterais, como arritmias, dores no corpo e falta de apetite, e são contra-indicados em pessoas com insuficiência renal ou hepática, em mulheres grávidas nos dois primeiros trimestres da gestação e nos casos que apresentam sinais de alterações no eletrocardiograma, conhecidos como aumento do intervalo QT.
Outras opções alternativas em casos de falta ou contra-indicações a estes remédios são Anfotericina B lipossomal, Anfotericina B dispersão-coloidal, Pentamidinas e os imunomoduladores, como interferon gama e GM-CSF.
Cuidados durante o tratamento
Antes de iniciar o tratamento alguns cuidados devem ser observados, entre eles a avaliação e estabilização das condições clínicas causadas pela doença, como curativos ou transfusões para controles de sangramentos, reposição de ferro e vitaminas ou, se necessário, transfusão de sangue, para ajudar na recuperação da anemia, dieta com proteínas e calorias para a melhora da desnutrição e uso de antibióticos para tratamentos de infecções.
O tratamento pode ser feito em casa, desde que a pessoa tenha condições de receber os cuidados necessários neste local e que consiga se deslocar ao hospital para receber as medicações e para as reavaliações médicas. Além disso, a internação hospitalar deve ser recomendada sempre que houver:
- Anemia grave, com hemoglobina menor que 5g%;
- Diarréia grave ou prolongada;
- Desnutrição grave;
- Presença de sangramentos;
- Inchaço generalizado;
- Presença de outras doenças associadas, como hipertensão arterial, cardiopatia, nefropatia ou hepatopatia;
- Crianças menores que 6 meses ou idosos com idade maior que 65 anos;
- Tardamento da melhora ou quando a doença retorna após terminado o tratamento.
Além disso, após finalizado o tratamento, a pessoa deve ser acompanhada em consultas pelo médico após 3, 6 e 12 meses e, se permanecer estável na última avaliação, o paciente é considerado curado.
Sinais de melhora
Os sinais de melhora já podem surgir já após a 1ª semana após o início do tratamento e são caracterizados pela diminuição da febre, redução da barriga inchada, ganho de peso e recuperação da disposição.
Sinais de piora
Estes sinais são mais comuns quando o tratamento não é iniciado rapidamente e incluem aumento ou re-surgimento da febre, perda de peso, fraqueza constante, infecções virais e bacterianas pelo corpo e sangramentos.