O que é cardiopatia congênita e principais tipos
Cardiopatia congênita é o defeito na estrutura do coração que é desenvolvido ainda dentro da barriga da mãe, capaz de provocar o comprometimento da função do coração, e já nasce com o recém nascido.
Existem diferentes tipos de cardiopatias, que podem ser leves e só serem descobertas na idade adulta, até as mais graves, que são as cardiopatias cianóticas, capazes de causar alteração do fluxo de sangue para o corpo. Elas podem ter causas genéticas, como acontece na síndrome de Down, ou ser causada por interferências na gravidez, como pelo uso abusivo de drogas, álcool, substâncias químicas ou infecções da mulher grávida.
A cardiopatia congênita pode ser detectada ainda no útero materno, por exames de ultrassom e ecocardiograma. Esta doença pode ter cura porque o seu tratamento pode ser feito através de uma cirurgia para correção do defeito, o que dependerá do tipo e da complexidade da cardiopatia.
Principais tipos
A cardiopatia pode ser classificada como:
1. Cardiopatia congênita cianótica
Este tipo de cardiopatia é mais grave, pois o defeito no coração pode afetar de forma significativa o fluxo sanguíneo e a capacidade de oxigenação do sangue, e, a depender da sua gravidade, pode provocar sintomas como palidez, coloração azul da pele, falta de ar, desmaios e, até, convulsões e morte. As principais incluem:
- Tetralogia de Fallot: impede o fluxo de sangue do coração para os pulmões, devido a uma combinação de 4 defeitos, caracterizados pelo estreitamento na valva que permite a passagem de sangue para os pulmões, comunicação entre os ventrículos cardíacos, alteração no posicionamento da aorta e hipertrofia do ventrículo direito;
- Anomalia de Ebstein: dificulta o fluxo sanguímeo por anomalias na valva tricúspide, que comunica as câmaras do coração direito;
- Atresia pulmonar: causa ausência de comunicação entre o coração direito e pulmões, impedindo que o sangue seja oxigenado corretamente.
Idealmente, a cardiopatia congênita cianótica deve ser diagnosticada o mais cedo possível, ainda no útero materno ou logo após o nascimento, através de ecocardiogramas que detectam estas alterações cardíacas, para programar uma intervenção, e evitar sequelas ao bebê.
2. Cardiopatia congênita acianótica
Este tipo de cardiopatia provoca alterações que nem sempre provocam repercussões tão graves no funcionamento cardíaco, e a quantidade e intensidade dos sintomas depende das gravidade do defeito cardíaco, que vão desde ausência de sintomas, sintomas somente durante esforços, até a insuficiência cardíaca.
A depender dos sintomas provocados, estas alterações podem ser descobertas logo após o nascimento, ou apenas na idade adulta. As principais são:
- Comunicação interatrial (CIA): ocorre uma comunicação anormal entre os átrios cardíacos, que são as câmaras mais superiores;
- Comunicação interventricular (CIV): há um defeito entre as paredes dos ventrículos, provocando uma comunicação inadequada destas câmaras e a mistura de sangue oxigenado e não oxigenado;
- Persistência do canal arterial (PCA): este canal existe naturalmente no feto para ligar o ventrículo direito do coração à aorta, para que o sangue siga em direção à placenta e receba oxigênio, mas deve se fechar logo após o nascimento. A sua persistência pode provocar dificuldades na oxigenação do sangue do recém-nascido;
- Defeito no septo atrioventricular (DSVA): provoca uma comunicação inadequada entre o átrio e o ventrículo, dificultando a função cardíaca.
Independente do tipo de cardiopatia congênita, se cianótica ou acianótica, ela pode ser dita como complexa quando o coração sofre de uma associação de vários defeitos que influenciam mais gravemente na sua função, e que é mais difícil de tratar, como costuma acontecer na tetralogia de Fallot, por exemplo.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas da cardiopatia congênita dependem do tipo e da complexidade dos defeitos cardíacos. Nos recém nascidos e bebês, eles podem ser:
- Cianose, que é a coloração roxa na ponta dos dedos ou nos lábios;
- Suor excessivo;
- Cansaço excessivo durante as mamadas;
- Palidez e apatia;
- Baixo peso e pouco apetite;
- Respiração rápida e curta mesmo em repouso;
- Irritação.
Nas crianças mais velhas ou adultos, os sintomas podem ser:
- Coração acelerado e boca roxa após esforços;
- Infecções respiratórias frequentes;
- Cansaço fácil em relação as outras crianças da mesma idade;
- Não desenvolve, nem ganha peso normalmente.
Também podem ser observadas alterações no tamanho do coração, confirmado através de um exame de raio-x e do Ecocardiograma.
Como é feito o tratamento
O tratamento da cardiopatia congênita pode ser feito com o uso de medicamentos para controlar os sintomas, como diuréticos, betabloqueadores, para regular a frequência cardíaca, e inotrópicos, para aumentar a intensidade dos batimentos. Entretanto, o tratamento definitivo é a cirurgia para correção, indicada para quase todos os casos, sendo capaz de curar a cardiopatia.
Muitos casos demoram anos para serem diagnosticados e podem ser resolvidos de forma espontânea ao longo do crescimento da criança, fazendo com que sua vida seja normal. No entanto, casos mais graves necessitam de cirurgia ainda no primeiro ano de vida.
Além disso, diversas síndromes genéticas podem apresentar defeitos cardíacos, e alguns exemplos são a síndrome de Down, de Alagille, DiGeorge, Holt-Oram, Leopard, Turner e Williams, por exemplo, por isso, o funcionamento do coração deve ser bem avaliado caso o criança seja diagnosticada com estas doenças.