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Entenda o que é Eutanásia, Ortotanásia e Distanásia

Eutanásia, distanásia e ortotanásia são termos que definem formas de abordagem médica em relação à morte do paciente. Assim, a eutanásia é definida como o ato de "antecipar a morte", a distanásia caracteriza uma "morte lenta, com sofrimento", enquanto que a ortotanásia representa a "morte natural, sem antecipação ou prolongamento".

Estes conceitos são muito discutidos no contexto da bioética, que é a área que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da vida humana, animal e ambiental, pois as opiniões podem variar em relação ao apoio ou não destas práticas.

Entretanto, em geral, a eutanásia é proibida por lei na maioria das países, enquanto a distanásia é considerada uma má prática da medicina, e a ortotanásia é uma boa prática, sendo a sua realização recomendada durante o cuidados de pessoas com doenças incuráveis e terminais.

Diferença entre os conceitos

1. Eutanásia - antecipar a morte

A eutanásia é o ato de abreviar a vida de uma pessoa. Esta é uma palavra de origem grega, que significa "boa morte", pois a sua intenção, quando praticada, é acabar com o sofrimento da pessoa que vive uma doença grave e incurável.

Entretanto, a eutanásia é ilegal na maioria dos países, já que envolve a vida humana, o bem mais precioso que se pode ter. Os profissionais contra esta prática afirmam que a vida humana é inviolável, e ninguém tem o direto de abreviá-la, e, além disto, é muito difícil definir quais pessoas ainda podem ter o sofrimento aliviado sem que seja necessário antecipar a sua morte.

Tipos de eutanásia

Existem tipos diferentes de eutanásia, que definem melhor a maneira como esta antecipação da morte será feita, e incluem:

  • Eutanásia ativa voluntária: é feita pela administração de medicamentos ou realização de algum procedimento com o intuito de levar o paciente à morte, após o seu consentimento;
  • Suicídio assistido: é o ato realizado quando o médico fornece medicamentos para que o próprio paciente possa abreviar a vida;
  • Eutanásia ativa involuntária: é a administração de medicamentos ou realização de procedimentos para levar o paciente à morte, em situação na qual o paciente não consentiu previamente. Esta prática é ilegal em todos os países.

É importante lembrar que existe uma forma diferente de eutanásia chamada de eutanásia passiva, caracterizada pela suspensão ou término dos tratamentos médicos que mantêm a vida do paciente, sem oferecer nenhum medicamento para a sua abreviação. Este termo não é muito utilizado, pois considera-se que, neste caso, não se causa a morte da pessoa, e sim, tem o intuito de permitir que o paciente morra naturalmente e, por isso, não é ilegal. Este ato é incluído na prática do ortotanásia, explicada melhor a seguir.

Países onde a eutanásia é legalizada

A eutanásia ativa ou o suicídio assistido são legalizados na Holanda, Bélgica, Suíça, Luxemburgo, Alemanha, Colômbia, Canadá e em alguns estados dos Estados Unidos da América.

Estes países consideram que a pessoa maior de idade, com consentimento esclarecido e assinado, ou menor com o consentimento dos pais, tem o direito de decidir morrer, em situações específicas, como no caso de uma doença incurável e que cause sofrimento.

2. Ortotanásia - ato de morrer naturalmente

A ortotanásia promove uma morte natural, digna e que segue o curso da vida, sem que sejam feitos tratamentos considerados fúteis, invasivos e artificiais para manter a pessoa viva e prolongar a morte, como a respiração por aparelhos, por exemplo.

A ortotanásia é praticada por meio dos cuidados paliativos, abordagem que procura manter a qualidade de vida do paciente, e da sua família, em casos de doenças graves e incuráveis, ajudando no controle de sintomas físicos, psicológicos, sociais e espirituais. Entenda o que são cuidados paliativos e quando estão indicados.

Assim, na ortotanásia a morte é vista como algo natural pelo qual todo ser humano irá passar, buscando-se o objetivo que não é abreviar e nem adiar a morte, mas sim buscar a melhor maneira de passar por ela, mantendo a dignidade da pessoa que está doente.

3. Distanasia - prolongar a vida através de tratamento

A distanásia é o ato de prolongar o dia da morte de uma pessoa, prolongando, com isto, a dor e o sofrimento. Assim, a distanásia é considerada uma má prática médica, pois promove uma morte lenta, através de tratamentos considerados fúteis e sem benefícios para a pessoa em fase terminal de vida.

Este termo, também conhecido por obstinação terapêutica, ainda é, infelizmente, muito praticado no Brasil e no mundo, devido à falta de conhecimento da população sobre o que é considerado útil ou não para uma pessoa com doença grave e incurável.

Para diminuir este tipo de prática, é necessário compreender que há casos em que a morte é inevitável, e que prolongar o processo de morrer apenas promove uma vida sem qualidade, tendo como consequência morte lenta, aumentando as chances de sofrimento, dor e agonia para o paciente e para a família que acompanha este processo.